sexta-feira, janeiro 30, 2009

Durante a chuva...

Não sei porque, eu gostava de chuva...
Gostava quando ela tocava e lavava tudo...
Hoje eu peço que ela não venha, isso faz algum sentido?
Embora ela ainda troque o que ando sentindo, o que sinto.

O que eu sinto? O que eu tenho sentido?
Não sei explicar ao certo se o que eu sinto é certo.
Mas sinto uma raiva inexplicável. Tudo me irrita.
As brigas alheias me irritam. Pedidos de amigos me irritam.
Menos ela. Ela é a única pessoa que não me irrita.
Ela me acalma. Ela me deixa bem. E ela cuida de mim.

Por que? Me sinto cada vez mais cansado de ficar.
De agüentar. Eu amo minha familia, meus amigos.
Mas, últimamente eu tenho me segurado.
Me mantido contido. Me mantido quieto.
Quando eu sinto que não vou agüentar, eu beijo o colar que ela me deu.

E por que me sinto assim, desse jeito?
Cansado. Irritado. Exasperado. Exausto.
É enlouquecedor, sinto enlouquecer a cada dia.
E quando vem a chuva. Isso acaba. Mas melancolia e nostalgia...
Tomam parte de mim. Me lembram belos momentos da qual eu sinto saudade
Saudade dela. De não me sentir cansado. De não me sentir exausto.

Falta algo que não posso explicar em mim.
Algo acima do que as pessoas têm. Eu preciso de mais.
Eu preciso de liberdade. Serenidade. Calma e paz.
Ah! A paz! Eu preciso dela, eu realmente tenho precisado dela.
Eu não alcanço paz. Quando estou sozinho, sinto falta dela.
Quando tenho mais pessoas - eu invariavelmente me sinto irritado.
O que eu faço? Todos dizem que eu devo ir atrás dela, ir para lá.
E eu devo ir! Eu quero! Eu gosto da cidade! Eu gosto da ideia de viver só.

Quero encontrar o que sinto falta.
Preciso dela como as flores precisam de luz.
Ah, luz. Eu quero deixar de me irritar.
De me sentir só. De me sentir isolado.
E o que torna mais frustrante.
Eu me sinto só mesmo rodeado de pessoas.
Eu sempre me senti assim. Só.
Só. Só ela conseguiu alterar esse sentimento.
Apenas ela.

Mais uma vez me sinto encolhido.
Dentro da vontade de outros.
Como se fosse apenas uma formiga
Na mão de um gigante.
Apertada, comprimida.
Minha vontade sendo esmagada cada vez mais.
Mas - minha coragem nunca termina.
Por ela eu combateria a mão.
Eu disse pra uma amiga. "Por ela, eu teria coragem de tudo".
E eu sentindo a falta dela.
Me fez ver do que eu realmente preciso.
Do que eu realmente vinha sentido esses ultimos dias.
E hoje eu encaro.
De que eu preciso ficar livre do que antes eu necessitei
Antes que eu enlouqueça...

E
durante a chuva...
Minhas lágrimas brotaram
Porque elas me trazem memórias
Dos mais felizes dias que passei.
E me dão vontade. Me acometem de vontade.
De fazer os dias repetirem logo.
A chuva trás minha vontade.
E tento evitá-la.
Porque quando ela vai embora.
Eu sinto perder um pouco mais de sanidade...
Espero acertar tudo.
Para que no fundo.
Eu não fique mais nesses grilhões apertados e doloridos.

Assinado: Tanauã Dias Martins


Nenhum comentário: